domingo, 6 de junho de 2010

Fúria de Titãs



Se Percy Jackson e os Olimpianos é produto hollywoodiano risível e ínfimo de um conto grego épico, então Fúria de Titãs honr

a com louvor (p

elo menos na ação) o original de 1981, a despeito das más críticas vindas de especialistas em filmes.

Se você viveu intensamente os anos 90 passando as tardes e noites com o rosto gru dado na extinta Tv Manchete, então certamente tinha o sonho de ver um filme live action do fenômeno Cavaleiros do Zodíaco. Caros ner

ds, é na obra de Leterrier — fã confesso do mangá — que vemos o mais pró ximo disso atualmente.

Aliás, à pedido da Warner Bros, Masami Kurumada, criador de Seyia e Cia., fez alguns pôsteres versão mangá do filme, com o intuito de divulgar a película no Japão.

Iniciemos então a jornada?

Perseu, interpretado pelo mais novo astro de ação Sam Worthington, é um semideus filho do grande Zeus com uma mortal. Desconhe cendo as poderosas origens parte em busca de vingança quando Hades torna-se o responsável pela morte da família terrena.

Para os humanos, na cidade de Argos, é che­gada a hora de contemplação do Homem e não mais temer os deuses do Olímpo. Numa emprei­tada sádica, Zeus (Liam Neeson) quer restabele­cer a ordem das coisas enviando o irmão Hades (Ralph Fiennes) à Terra com o propósito de dar uma lembrancinha: mostrar quem manda.

A rainha Cassiopéia, embevecida com supe ri o ri­dade, diz que nem mesmo Atena tem a beleza da filha Andrômeda (interpretada pela atriz Alexa Davalos), quando então o senhor do sub mundo surge e diz que em dez dias um eclipse surgirá e o mundo será destruído, a não ser que Andrômeda seja sacrificada pelo imensurável Kraken, aplacando assim, a fúria dos deuses.

Quando é sabido que em dado momento Perseu tem de fato sangue divino correndo em suas veias, surge a oportunidade de fazer o que nenhum homem comum pode: resgatar a prin­cesa, e de bônus, saciar a sede de vingança con­tra o personagem de Ralph Fiennes. Começa assim a jornada do herói!

Se no conto oitentista o stop motion era a atra­ção, agora as lutas e os efeitos em CGI levam as seqüências a outro patamar, e de maneiras bem empolgantes diga-se de passagem. O encontro com o pegasus, a luta contra os gigantes escorpiões em ruínas no deserto, a caça à Medusa e por último, e mais impactante, o Kraken.

Tudo protagonizado por um Per­seu teimoso, impulsivo, barulhento e kamikaze. Seria ele uma versão grega de Jake Sully? Fica a pergunta.

Arquétipos não faltam. O pacato pescador Perseu, que nunca impu­nhara uma espada que se torna o órfão rebelde e o herói repleto de dúvidas; uma donzela (quase) frágil esperando ser salva como Andrô­meda, o brucutu mal humorado bad ass motha fucka como Draco, vivido por Mads Mikkelsen; personagens no qual você nem mesmo lembra o nome, mas que ser vem para conta­gem de corpos; o eye candie da pro­dução é a imortal Io, vivida pela lin­díssima Gemma Artherton; o inve­joso e renegado ganha espaço com Hades; e claro, o pai omisso é o grandioso Zeus.

O filme é corrido, muito corrido (tanto quanto essa resenha). É quase um 24 Horas versão mitológica. Danny Huston que faz Poseidon, o senhor dos mares, que o diga, justamente por passar despercebido já de cara, logo no ini­cio da atração. E mesmo com as más interpreta ções, ou o raso desenvolvimento dos personagens, Fúria de Titãs vale o ingresso para quem curte o velho cinema de entretenimento, com muito barulho na sala de projeção e amigos aloprando e jogando pipoca ao seu lado.

Classificação: Legalzinho!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Crepúsculo

Atualmente o que mais se vê nas telas de cinema são adaptações de obras literárias pipocando. Esta é mais uma e entre várias, e não há nada de especial. O motivo de atrair tanta molecada é pelo elenco jovem e bonitinho, mas não se engane porque o filme todo é que nem esses dramalhões juvenis de novela adolescente. Esta adapatação do primeiro conto de Stephenie Meyer tem na direção Catherine Hardwicke que tem em seu currículo o falado Aos Treze, mas não se sai tão bem em Crepúsculo.

A história gira em torno de Isabella Swan (Kristen Stewart) que morava no ensolarado estado de Phoenix com a mãe e decide ficar com o pai no condado frio e chuvoso de Forks. No colégio que conhece Edward Cullen (Robert Pattinson) e se apaixona e todo aquele blá blá blá. Intrigada com a personalidade misteriosa de seu interesse amoroso, principalmente após ele tê-la salvado de um acidente parando uma caminhonete com as mãos, passa a investigá-lo e com uma ajudinha do Google ela descobre algo incrível... (tan tan tan) Ele é um morto-vivo imortal chupador de sangue. Em paralelo a chegada de Bella ao condado de Forks, assassinatos misteriosos em regiões próximas, e as autoridades acreditam que se trata de um ataque de animais.

Perdõem meu humor ácido e ranzinza, mas o filme fez um tremendo estardalhaço na comunidade dos leitores do livro e adolescentes histéricos de plantão quando na verdade o filme é uma pura chatice.
Porque o filme não é tão bom quanto parece? Simples, ao invés de tomar um pouco de liberdade no roteiro e explorar um pouco mais as misteriosas mortes, a direção do filme concentra-se bem mais no amorzinho chupeta e pra lá de batido a la Romeu e Julieta. E quando pensasse que as coisas poderão esquentar com o trio de vampiros responsáveis pelas mortes é que se cai mais ainda no abismo escuro e chato chamado Crepúsculo.
Bom, que a sequência tenha mais sorte e consiga explorar mais a relação dos índios nativos de Folk e o passado conturbado com os vampiros do clã Cullen, porque esse primeiro capítulo não passa de um filme sentimentalóide com mortos-vivos que se julgam malvados pulando pra lá e pra cá como macacos no zoológico. Nossa, que saudade dos velhos tempos de Garotos Perdidos e da série Buffy.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sete Vidas

Sete Vidas (Seven Pounds) concretiza o mais novo trabalho entre Will Smith e o diretor Gabriele Muccino, e prova que versátil é a palavra certa ao ator por compor este drama. Quando se vai ao cinema para ver Smith, queiram ou não, é criada uma expectativa, ainda mais quando trata-se da parceria dele com o diretor de À Procura da Felicidade. Pois bem, preparem os lenços porque o chororo vai rolar solto.

O longa abre com Smith ao telefone chorando relatando um suicídio. A tela muda e vemos os acontecimentos anteriores, que é o conhecer dos personagens a quem presta auxílio. Por duas horas vemos o enigmático Ben Thomas engendrar na vida de sete estranhos sem pedir nada em troca. Não se sabe o que ele pretende, mas algo em seu passado o força a querer mudar drasticamente a vida destes desconhecidos cuidadosamente escolhidos por Thomas. Por trabalhar na Receita Federal traça padrões e encontra facilmente aqueles que escolhe.
Gabriele usa de recursos como closes bem fechados nos rostos, o uso de desfoque e até mesmo a baixa profundidade de campo na interação entre o personagem principal com as pessoas. Thomas que apesar de muitas vezes depressivo e recluso, é todo sorriso e bobo como uma criança inocente ao conversar. De fala mansa e jeito próprio que faz surgir o interesse de Emily (Rosario Dawson) portadora de uma doença cardíaca, também uma de suas escolhidas. Aos poucos ao vermos os dois que há aquela edificação emocional. Outro destaque, mesmo que breve, é de Woody Harrelson que interpreta Ezra Turner, um deficiente visual.

Ao montar o quebra cabeças no decorrer da histórias com os rápidos flashbacks do atormentado personagem principal, e claro ao direcionamento que a história dá mais ao final, que percebe-se qual era o grande segredo de Ben Thomas. Daí fica esclarecida a obviedade do plano dele e do motivo de fazê-lo. Alguns podem dizer que por causa disso é uma história de desfecho fraco, que poderia ser melhor roteirizado, talvez para outros uma verdadeira lição de vida. Mesmo assim, isso não a descaracteriza de ser uma boa história, com atuações competentes.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Um Beijo Roubado

O diretor e co-roteirista do filme Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights), Wong Kar Wai, traz ao público um filme singelo e bem focado na personagem Elizabeth, vivida pela cantora Norah Jones. A idéia do filme surgiu de um curta metragem do mesmo diretor sobre um homem e uma mulher dentro de um bar, mas neste longa algumas pequenas diferenças, como a viagem da personagem principal em busca de auto-conhecimento. Uma curiosidade é que o filme não tinha roteiro!

Elizabeth
Uma jovem que passa a frequentar a confeitaria/bar de Jeremy (Jude Law de Um Jogo de Vida Ou Morte). O local é uma espécie de simbolo que serve de estabilidade durante o rompimento da personagem de Jones com um ex-namorado. Certa noite ao conversar com Jeremy pergunta o motivo das tortas buleberry ficarem todas as noites intactas. A torta é descartada toda noite e ela se sente da mesma forma por seu relacionamento não ter dado certo. Esse é o motivo de ter dois empregos, um a luz do dia e outro de noite, para parar de pensar em seu antigo amor, além é claro para economizar e comprar um carro. Noite após noites no decorrer das conversas com Jeremy, se entope de tortas.

Jeremy
Dono da confeitaria sempre sorridente. É uma espécie de mantenedor de histórias alheias. Em seu estabelecimento há um pote de chaves perdidas ou acumuladas durante anos. Tudo acontece até de forma simples. As pessoas passam e as deixam para que outras as peguem e geralmente o fazem por estarem em momento de raiva ou rompimento. Para Elizabeth especificamente foi os dois. Por isso, Jeremy é um colecionador de promessas e sonhos despedaçados, e não as joga fora por achar que não está no direito de fazê-lo. Segundo ele, o significado de uma chave é abrir uma porta e não cabe a ele quais portas devem permanecer fechadas.

A viagem
Ela não sabe para onde ir, apenas sabe que tem de partir. Para isso em uma busca de auto-conhecimento a personagem de Jones acaba parando em Memphis, no estado do Tennessee, lar do blues, e posteriormente em Vegas.É nesta viagem que compartilha de histórias. Uma verdadeira troca de experiências, como a do policial Arnie, encarnado pelo ator David Strathairn que foi indicado ao Oscar de melhor ator por Boa Noite Boa Sorte. Ele é um policial alcóolatra com uma paixão obsessiva pela ex-mulher Sue Lynne (Rachel Weisz, ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante em O Jardineiro Fiel).


Natalie Portman dá o ar da graça com um sotaque texano característico. Ela interpreta Leslie, uma jogadora de cartas sexy, manipuladora e incrédula. O destino dela e de Elizabeth se junta uma noite em Vegas, nascendo daí uma amizade verdadeira, embora ambas sejam opostas. Aqui mais espaços para dramas pessoas, agora vindo de Leslie e seu passado com o pai.


Wong Kar Wai, o diretor
O diretor de Amor À Flor da Pele e 2046 filma tudo de forma cuidadosa. Em certos momentos o faz através de superfícies transparentes, pelas vitrines de bares, frestas ou espaços entre objetos quase como se o espectador fosse alguém vendo e ouvindo tudo escondido. Contém também uma bela fotografia, iluminando os personagens com as cores de bar ou luz ambiente. O aspecto visual é bem forte e é tudo muito fluido, bem brando. Lembrando que quando o diretor iniciou as filmagens tinha apenas a idéia básica da história, mas não havia um roteiro definido.

Ah sim, para os marmanjos de plantão as três, Jones, Weisz e Portman, estão belíssimas. O visual do longa se completa a trilha sonora, contendo a própria protagonista Norah Jones, Cat Power, Ry Cooder, Otis Redding, entre outros.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Onde Os Fracos Não Têm Vez

Baseado na obra literária do ganhador do prêmio Pulitzer de mesmo nome, Cormac McCarthy, No Country For Old Man (Onde Os Fracos Não Têm Vez) é a adaptação dos irmãos Coen aos cinemas. O filme é o mais violento da dupla e traz atuações que deixam a quem assiste embasbacado.

Logo de cara, na cena de abertura vemos um policial rendendo um carro no meio da estrada do oeste Texano no verão de 1980. Na delegacia de polícia damos conta de que o homem preso é Javier Bardem de Mar Aberto (Anton Chigurh) que estrangula o mesmo policial que o prende com as algemas até a pele do pescoço dilacerar, com sangue para todo o chão. A cena mais violenta de todo o longa metragem, o que nos dá o tom de como será a história. Ao fim as marcas da bota da vítima marcadas ao mesmo chão.

Depois, é a vez de Llwelyn Moss ser apresentado (Josh Brolin). Um homem ordinário da região texana e ex-combatente da guerra do Vietnam com chapéu de palha. Está em meio ao deserto caçando e de repente se depara com uma cena de crime – uma transação de drogas mal sucedida - com corpos espalhados ao chão. Acha uma maleta com a quantia de dois milhões de Dólares. Sem dinheiro, morando num trailer e casado, não resiste e a carrega a maleta para si. Mas sabe que será caçado por quem quer que seja, pois por uma quantia dessas sempre tem alguém por ai para fazer perguntas.

Por último o xerife Bell (Tommy Lee Jones). Homem esperto, virtuoso, da terceira geração da família a ser policial que toma conta da cidade. Analisa o crime e seus envolvidos por meio de dedução lógica e corpos ao longo do desenrolar da trama da história.

Os diálogos são singelos, contudo de uma profundidade interessante. Como Anton em um posto de estrada que nem Sócrates fazendo perguntas tolas, mas bem elaboradas uma atrás da outra confundindo o dono do estabelecimento. Seus diálogos são secos, indiferentes, insistentes, manipuladores e arrogantes. Não há senso de humor algum e o corte de cabelo ao estilo príncipe Adam (!) é ridículo e ainda assim muito próprio da personagem, porém mais gritante que isso é a frieza em matar sem nem pestanejar.

É quando surge aquele tom de voz e sabemos que algo de ruim poderá acontecer. “Qual foi o máximo que já perdeu no Cara ou Coroa?” pergunta ao velho dono do posto. Num lançar de moeda ao ar fica claro que o destino da vítima será decidido ali. A moeda cai e sua mão a tapa no balcão. A atuação de Bardem é peculiar. Ele encontrou um jeito de desenvolver a personalidade do personagem e nada se sabe sobre a procedência dele. A única menção feita sobre o mesmo no livro é que não há senso de humor.

Então, vemos a interação, ou não interação dos três homens. Moss fugindo com a grana, Anton perseguindo-o e Bell atrás dos dois querendo solucionar tudo. É bem verdade que tudo gira em torno do dinheiro, mas o desenrolar dos fatos, a ação, tiroteio, a típica e bem feita caça gato-e-rato e o jeito como filmam são um prato cheio. A dupla não economiza em mostrar as mortes e ferimentos. É tudo muito cru, direto, sem nada que nos prepare para o que virá.

Não foi à toa que Javier Bardem ganhou a estatueta de ouro como melhor ator coadjuvante, e que Joel e Ethan Coen foram premiados com a melhor direção, e foi a primeira vez que uma dupla de diretores leva o prêmio. Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado também estão inclusos na lista. Aqui fica esta dica para você que quer uma boa opção para entretenimento.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

The Cosmos Rock

Treze anos após o Made in Heaven, Queen, uma das melhores bandas de todos os tempos retorna ao lado de Paul Rodgers – ex Free e Bad Company – nos vocais. Ok, a resposta que todos já sabem. “O Queen não é o mesmo sem Mercury!”. Mas ouça o novo trabalho The Cosmos Rock. Roger Taylor e Brian May, baterista e guitarrista da banda, são os remanescentes que compuseram o novo trabalho juntamente com Rodgers. Não se sabe o motivo real de John Deacon, baixista, estar de fora da nova empreitada, mas ele foi homenageado assim como Fred neste álbum.

O compacto traz boas faixas, algumas dançantes com influências claras de blues, country e hard rock. A primeira é Cosmos Rockin’. O som é embalado pela guitarra de May e palmas. O vocal de Rodgers realmente não deixa a desejar e Mercury via neste cantor um ídolo.

A segunda, Time to Shine, é marcada por um vocal melódico no refrão. Still Burnin’ é a terceira e segue sem muito destaque, assim como War Boys que é a quinta faixa. Small é bem emotiva, refrões e backing vocals que trazem maior valor a canção. We Believe é interessante e traz novamente aqueles riffs característicos de May. Uma canção bem construída, de mensagem positiva, emotiva e edificante.

Call Me é bem country não só pela forma como cantada, mas pelo instrumental. Esta é uma daquelas de se fazer coreografia num salão, com mão no chapéu e outro na fivela ou batendo as mãos e pés no chão como nos filmes americanos. Canção curta, fácil de se cantar que fica na cabeça para não sair mais. Em seguida, Voodoo. Bem blues que fala sobre amor de ritmo bem sensual. Dá vontade de ouvir no carro em uma viagem. Rodgers manda bem com entonações baixas, em certos momentos uns agudos, mas sem exageros.

Some Things That Glitter é mais uma bem emocional de belos arranjos, acompanhada do piano, guitarra e vocal. C-elebrity tem chances de ser uma de maior destaque pela pegada um tanto enérgica e vocal mais poderoso. Por falar em vocal, Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighrters é quem canta. Segue Through The Night, melodia sobre raiva, amor e solidão.

Say It’s Not True. Nesta mais do que nas outras o riff de guitarra inegável do Queen e uma das mais belas do álbum, sem dúvida. É parte da campanha 46664 HIV/Aids, de Nelson Mandela. Surf’s Up... School’s Out! é sobre diversão pura, perfeita para fazer parte de trilhas sonoras de filmes adolescentes oitentistas como Clube dos Cinco ou Curtindo a Vida Adoidado. Encerrando o álbum, Small (Reprise).

The Cosmos Rock tem ritmo e energia. É Rock ‘n’ Roll! Vai fazer muita gente levantar e dançar, bater os pés e cantar. Fiquem atentos ao estilo vocal de Paul Rodgers, contudo, um aviso aqueles que nunca ouviram a banda Queen: Não espere encontrar lá um substituto para Fred Mercury, já que isso nunca existirá! Ouça a formação original nos seus melhores trabalhos para ter a noção da grandeza destes músicos. Depois, escute The Cosmos Rock. Não desmerecendo o novo trabalho, mas há uma clara diferença.

domingo, 9 de novembro de 2008

R.E.M No HSBC Arena

Após oito anos de infindável espera é trazido ao Brasil um dos maiores grupos do Rock ‘n’ Roll internacional, R.E.M, que tocou neste sábado dia 08 de novembro de 2008, no HSBC Arena na Barra da Tijuca. Mas como de praxe, uma banda de abertura que ficou por conta do instrumentista do Barão Vermelho, Fernando Magalhães, e músicos bem pontuais no horário, começando exatamente às 21: 30 horas.

O número de público foi modesto no início e Magalhães troca umas palavras e brinca com todos em dizer que como não era lá um bom vocalista preferiu permanecer mesmo na guitarra. Aliás, competentíssimo é o músico e sua banda que fizeram lembrar acordes característicos de Satriani.

Ainda durante a apresentação uma surpresa para quem estava na arquibancada à esquerda do palco. Mesmo no escuro a careca de Michael Stipe é inconfundível que foi dar uma espiadinha no palco e trocar umas palavras com o engenheiro de som.

A apresentação termina à la Beatles. Foi a clássica Twist And Shout. Poucos minutos depois a pista da arena enche e as luzes apagam. Ao centro do palco Stipe aparecendo sem aviso, acompanhado de Mike Mills e Peter Buck num jogo de luzes incessante abrindo com Living Well Is The Best Revenge.

Ah, o set list! Mesmo aqueles que não conheciam o repertório puderam ficar tranqüilos já que houve os hits que com certeza todos já ouviram, como What’s The Frequency, Kenneth?, Drive, Ignoreland, Imitation Of Life e The One I Love. O público entra em sintonia, grita, canta refrões, sua e até mesmo chora. Os highlights do show foram ver Michael com seus trejeitos típicos, as danças desengonçadas, e claro, ouvir o público acompanhar o refrão das canções.

Um ponto fortíssimo a favor do R.E.M. foram as imagens no telão. Um câmera man transitava a frente do palco lançando tudo gravado imediatamente ao telão, mais os efeitos de vídeo, imagens dos clipes e figuras bidimensionais como de games oitentistas. Some esses efeitos a presença de palco do grupo e o resultado foi um show de deixar fãs satisfeitos. Mas a galera foi mesmo ao delírio com a icônica It’s The End Of The World As We Know It e em uníssono cantam o refrão.

Partituras foram jogadas ao alto, a gaita arremessada a quem pudesse pegar, sentimento colocado em cada palavra e olhar altivo do vocalista, ou mesmo com a mão no peito e olhos fechados quando pula e vai ao chão como num único movimento. Stipe e Mills descem do palco e fazem a alegria de alguns com um simples toque de mão. O contato cara a cara foi feito pelo lead man da banda que teve um leve tapinha na careca de um fã, e o baixista cumprimentava todos da primeira fileira da pista vip. Contudo, aqueles que apreciavam o show ao lado esquerdo, nas arquibancadas, não tiveram o mesmo gosto como os demais a quem Michael Stipe a todo o tempo acenava e talvez se dando conta disso que Mills foi ate lá dar um alô.

Agradecimentos e conscientização político-ideológica também não ficaram de fora entre uma canção e outra. Os pagantes gritavam “Obama, Obama!”. Não demorou muito e um rápido comentário sobre o atual presidente Norte-Americano, Barack Obama, e imagens dele ao telão. Discursou brevemente da importância que ele trará e da quebra de paradigmas, afinal é um homem negro agora no comando do mais poderoso país do mundo.

Mais ao final os grandes sucessos como Supernatural Superserious, Losing My Religion, Everybody Hurts, tida por muitos como a música mais triste do mundo, e fechando a noite Man On The Moon. Antes de deixarem o palco mais uns acenos ao público, um elogio e outro a Fernando Magalhães, o amor em tocar para o público brasileiro e a vontade de retornar. Com luzes, fumaça e ótima música houve um rápido movimento dos olhos que trará memória de um show que não será apagada. Yeah, an evening of Rock ‘n’ Roll, babe!!!